A Importância das Artes Marciais

Grão-Mestre Leo Imamura palestrou sobre “A Importância das Artes Marciais na Formação do Indivíduo”, em evento em São Paulo.

Entre os dias 13 e 16 de abril de 2016 ocorreu na Assembleia Legislativa de São Paulo, o “VI Seminário Esporte, Atividade Física e Saúde”, evento oficial do Parlamento Paulista. Grão-Mestre Leo Imamura falou para educadores físicos, profissionais de artes marciais e interessados no assunto. Confira abaixo, os principais pontos abordados por ele e sobre a importância das artes marciais e como compreender o indivíduo na prática de qualquer atividade.Os educadores físicos e profissionais de artes marciais tem um ponto crucial em comum que é relacionar artes marciais com a educação do indivíduo. Afinal, quando falamos de artes marciais, esse termo envolve uma gama muito grande de concepções, vai desde a luta como uma prática instintiva natural até o esporte de combate ou jogos de competição. Ou seja, quando falamos sobre arte marcial, devemos ir além da prática.Vale lembrar que Marcial vem de Marte, conhecido como deus da guerra na mitologia romana (também conhecido como Ares na mitologia grega). Deus greco-romano violento e agressivo e importante representatividade da arte marcial, quando o grego toma para si a mitologia romana, Ares começa a ser adorado.Grão-Mestre em sua palestra, só para ilustrar a importância do entendimento do deus da guerra, mostra a imagem do Afresco de Pompeia em que Ares é representado em sua manifestação sem roupas. Ele explica como essa obra representa a sutileza da arte marcial – Ares despido – artista marcial despido.Sabe-se que a guerra é algo custoso. Quando se está em uma guerra, o custo humano e material é gigante. Mesmo assim, será que é possível vencer antes de lutar?

Feminilização da Guerra

Como os chineses começaram a ver a guerra? A Arte da Guerra de Sun Tzu, um dos livros mais lidos do mundo, atrás apenas da Bíblia, traz a contribuição mundial do que é o pensamento estratégico. Aí entra o termo cunhado pelo professor Albert Galvany em 2001: “feminilização da guerra”.Usa-se o termo de Galvany, para explicar uma guerra ou uma mentalidade estratégica onde a vitória é por desestruturação.A vitória não é no embate ou combate, a vitória é onde você vai se adaptando ao outro, ou seja, dentro de uma perspectiva feminina.Quando se fala em feminino, é importante destacar que não se trata de gênero, trata-se do estilo de gestão.Entende-se que na feminilização da guerra, aprende-se a escutar, a adaptar-se ao outro e a desposar. Por isso, quando estamos de falando de guerra, estamos falando de melhorias de vínculo e mudança de relação.Sendo assim, há uma mudança de perspectiva de quem é o adversário na guerra. Na verdade, o adversário não é o seu inimigo, ele é o oponente.O oponente é aquele que vai gerar uma condição que vai ser aproveitado por um ou por outro.Quem se adaptar melhor a condição do outro, vai ter a vantagem na guerra. Mentalidade de ajuste ao outro e usar a força do oponente.

O que é o indivíduo?

Temos a água e o fogo, que são elementos opostos que se complementam. Elementos que podem ser complementados pela experiência marcial.Quando se fala da formação do indivíduo, a arte marcial nos alerta para observar quem é o indivíduo ou quem são os elementos que compõem o indivíduo. Será que somos dois ao invés de um?Quando vivenciamos a prática, observamos uma situação muito interessante de reflexão de “quem somos nós?”. Pois de acordo com o adversário, temos reações diferentes de acordo com quem enfrentamos.A reflexão sobre quem é o indivíduo permeia o desenvolvimento humano. Confúcio já falava sobre a existência do outro influencia e faz parte da existência do indivíduo.Confira o vídeo completo e acompanhe a palestra na íntegra.